segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Carnaval

Não dá pra não falar de Carnaval. Por isso andei pesquisando e achei um site bacana, o carnaval do brasil:

A origem do Carnaval

Não se sabe exatamente como se originou o carnaval e, por vários anos, grandes historiadores tentaram encontrar sua origem, dentro e fora do Brasil.
Alguns estudiosos relacionam o começo das festas carnavalescas com os cultos feitos pelos povos antigos para agradecer e louvar uma boa colheita agrícola, em alguma região da Europa.
Mas para outros historiadores seu início teria acontecido muito mais tarde, no Egito, com danças, ritmos, festas e pessoas mascaradas.


Apesar de não sabermos qual foi a verdadeira origem do Carnaval, o certo é que a dança, os festejos, os cânticos e a celebração, sempre estiveram presentes na vida e na evolução dos homens e das sociedades.

Assim como a origem do carnaval, as raízes do termo também têm se constituído em objeto de discussão. Para uns, o vocábulo advém da expressão latina "carrum novalis" (carro naval), que quer dizer uma espécie de carro alegórico em forma de barco, com o qual os romanos inauguravam suas comemorações. Para outros, a palavra seria derivada da expressão do latim carnem levare, modificada depois para "carne, vale!" (adeus, carne!), palavra que teve sua origem entre os séculos XI e XII que designava a quarta-feira de cinzas e anunciava a supressão da carne devido à Quaresma.

Dá para ver que desconhecemos não só a origem da cultura do Carnaval, mas também a expressão literária da própria palavra.

Também no site sua pesquisa existem informações que achei interessantes.

O que é

O carnaval é considerado uma das festas populares mais animadas e representativas do mundo. Tem sua origem no entrudo português, onde, no passado, as pessoas jogavam uma nas outras, água, ovos e farinha. O entrudo acontecia num período anterior a quaresma e, portanto, tinha um significado ligado à liberdade. Este sentido permanece até os dias de hoje no Carnaval.


História do Carnaval

O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e foi influenciado pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em países como Itália e França, o carnaval ocorria em formas de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Personagens como a colombina, o pierrô e o Rei Momo também foram incorporados ao carnaval brasileiro, embora sejam de origem européia.

No Brasil, no final do século XIX, começam a aparecer os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos "corsos". Estes últimos, tornaram-se mais populares no começo dos séculos XX. As pessoas se fantasiavam, decoravam seus carros e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades. Está ai a origem dos carros alegóricos, típicos das escolas de samba atuais.

No século XX, o carnaval foi crescendo e tornando-se cada vez mais uma festa popular. Esse crescimento ocorreu com a ajuda das marchinhas carnavalescas. As músicas deixavam o carnaval cada vez mais animado.

A primeira escola de samba surgiu no Rio de Janeiro e chamava-se Deixa Falar. Foi criada pelo sambista carioca chamado Ismael Silva. Anos mais tarde a Deixa Falar transformou-se na escola de samba Estácio de Sá. A partir dai o carnaval de rua começa a ganhar um novo formato. Começam a surgir novas escolas de samba no Rio de Janeiro e em São Paulo. Organizadas em Ligas de Escolas de Samba, começam os primeiros campeonatos para verificar qual escola de samba era mais bonita e animada.

Carnaval de Recife - Bonecos Gigantes em Recife
O carnaval de rua manteve suas tradições originais na região Nordeste do Brasil. Em cidades como Recife e Olinda, as pessoas saem as ruas durante o carnaval no ritmo do frevo e do maracatu. Os desfiles de bonecos gigantes, em Recife, são uma das principais atrações desta cidade durante o carnaval.

Na cidade de Salvador, existem os trios elétricos, embalados por músicas dançantes de cantores e grupos típicos da região. Na cidade destacam-se também os blocos negros como o Olodum e o Ileyaê, além dos blocos de rua e do Afoxé Filhos de Gandhi.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Ritmos de brasilidade (especialíssmo BOSSA -NOVA)


A história da bossa nova
FONTE: prefeitura do RJ


A bossa nova nasceu em Ipanema, no Rio de Janeiro, e ganhou o mundo.

O movimento musical conhecido como bossa nova surgiu na década de 50, no Rio de Janeiro. Nesta época, jovens que moravam em Ipanema tentaram misturar as raízes do samba com o improviso e a modernidade do jazz norte-americano. O resultado foi um dos mais deliciosos ritmos da Música Popular Brasileira, reconhecido no mundo inteiro.

Marco - O lançamento do disco Canção do Amor Demais, gravado em 1958, por Elizeth Cardoso e João Gilberto, é o marco na popularizarição do ritmo que nascia. Com músicas de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, levou ao grande público a batida e o violão que caracterizam a bossa. Em pouco tempo, a novidade se espalhou, com apresentações de Chico Feitosa, Sylvia Telles, Nara Leão e Baden Powel, entre muitos outros.

Mundo - Em 1960, ficaram na história os shows realizados na Faculdade de Arquitetura e na Pontíficia Universidade Católica (PUC), no Rio. Em 1962, a bossa nova já estava em cartaz no Carnegie Hall, em Nova York, encantando o mundo.

Gíria - A palavra bossa era uma gíria usada na época. A pessoa com bossa era uma pessoa com jeito especial. A bossa nova era um novo jeito de tocar. O ritmo nasceu nos botecos, praia e ruas de Ipanema, bairro em que viviam os pais do novo ritmo. O movimento musical virou até estilo de vida, traduzido com maestria nas poesias e músicas de Vinícius de Moraes, Tom Jobim, João Gilberto, Toquinho, Joyce e Nara Leão, Roberto Menescal, Emílio Santiago, entre tantos outros.


Quer saber mais? Bossa Nova

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Ritmos de brasilidade (especial - SERTANEJO - 2)



Tonico e Tinoco formaram umda dupla que estreou por volta da década de 40. Ícones da música sertaneja, influenciaram muitas duplas e ainda hoje são lembrados como referência na "moda de viola".

Quer saber mais? Tonico e Tinoco

Ritmos de brasilidade (especial - SERTANEJO)

No Brasil, denomina-se música sertaneja o estilo musical autoproclamado herdeiro da "música caipira" e da moda de viola, que se caracteriza pela melodia simples e melancólica; muitas vezes é chamada de música do interior. Hoje em dia, o termo música sertaneja vem, aos poucos, sendo substituído pelo termo música country devido à influência da música country norte-americana que a indústria brasileira está usando como novo segmento comercial na televisão e na indústria de gravação.[1]

O adjetivo "sertanejo", originalmente, refere-se à cultura nordestina, do interior, que encontrou vegetação e clima hostis, além da dominação política dos "coronéis", obrigando a desenvolver uma cultura de resistência, do matuto, legitimamente sertanejo, conhecedor da caatinga. Difere-se da cultura caipira, originária na área que abrange o interior de São Paulo e os Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. Ali se desenvolveu uma cultura do colono que encontrou abundância de águas, terra produtiva e um clima mais ameno, típico do cerrado.

É conhecida como "Caipira" ou "sertaneja" a execução composta e executada das zonas rurais, do campo, a antiga Moda de viola. Os caipiras, ou sertanejos, às vezes duplas ou solo, utilizavam instrumentos artesanais e típicos do Brasil-colônia, como viola, acordeão e gaita. Cornélio Pires é o primeiro grande promotor desta música, foi ele o primeiro a conseguir, em 1928, que este estilo entrasse para a discografia brasileira, sendo considerado o precursor dos sertanejos da chamada cultura de massa. Ele gravou vários discos e popularizou a música caipira no Brasil.

No entanto, a partir da década de 1980, tem início uma exploração comercial massificada do estilo "sertanejo", somado, em muitos casos, à uma releitura de sucessos internacionais e mesmo da Jovem Guarda. Surgem inúmeros artistas, quase sempre em duplas, que são lançados por gravadoras e expostos como produto de cultura de massa. Esses artistas passam a ser chamados de "duplas sertanejas". Começando com Chitãozinho & Xororó e Leandro & Leonardo, uma enxurrada de duplas do mesmo gênero segue o fenômeno, que alcança o seu auge entre 1988 e 1990.

Em seguida, começa uma decadência do estilo na mídia. A música sertaneja perde bastante popularidade, mas continua sendo ouvida principalmente nas áreas rurais do Centro-Sul do Brasil.

No entanto, no início da década de 2000, inicia-se uma espécie de "revival" desse estilo, principalmente devido ao sucesso de duplas, como Guilherme & Santiago, Bruno & Marrone, Edson & Hudson e, mais tarde, Jorge e Mateus, Victor & Leo e César Menotti & Fabiano, e sua ampla divulgação na mídia, sobretudo a televisiva.

Ao longo dessa evolução, evitou-se cuidadosamente o termo "caipira", que era visto com preconceito nas cidades grandes. O estilo "sertanejo", ao contrário da música caipira, tem pouca temática rural para poder agradar a habitantes de cidades grandes.

A música rural que mantém seus temas, (feita por Cornélio Pires, João Pacífico, Tonico & Tinoco, Alvarenga & Ranchinho, Liu e Léu, Pena Branca & Xavantinho, Zé Fortuna & Pitangueira, entre outros), para se diferenciar da música sertaneja, passa a se denominar então de "música de raiz", querendo dizer, com isso, que está ligada verdadeiramente às suas raízes rurais, à moda de viola e à terra, ao sertão, pois o termo "bens de raiz" significa as propriedades agrícolas.

Recentemente (1999) , o compositor Renato Teixeira compôs a música "Rapaz Caipira", como crítica aberta à "música sertaneja" e fazendo renascer a expressão "música caipira".

A Música Sertaneja, assim como vários outros estilos de música, pode ser subdivido em vários sub-gêneros, alguns até mesmo muito diferentes entre si.Entre os principais estão:

* Caipira ou de Raiz
* Sertanejo Romântico
* Country Music
* Sertanejo Universitário

fonte: site wikipedia

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Ritmos de brasilidade (especial SAMBA - 2)

Resolvi colocar aqui uma música que, pra mim, diz muita coisa sobre a cultura brasileira (e por sinal, ótima crítica). A letra dispensa maiores explicações.

Senhoras e senhores, recebam com aplausos, Jakcson do Pandeiro:






Chiclete Com Banana*

Eu só boto o bip-bop
No meu samba
Quando Tio Sam pegar no tamborim
Quando ele pegar no pandeiro
E no zabumba
Quando ele aprender
Que o samba não é rumba
Aí eu vou misturar
Miami com Copacabana
Chicletes eu misturo com banana
E o meu samba vai ficar assim

Tirurururiruri bop-be-bop-be-bop
Quero ver a grande confusão
É o samba-rock meu irmão

Mas em compensação
Eu quero ver um boogie-woogie
De pandeiro e violão
Eu quero ver o Tio Sam
De frigideira
Numa batucada brasileira


[*Chiclete com Banana,de autoria de Gordurinha e Almira Castilho foi gravada por Jackson do Pandeiro em 1959. Foi regravada em 1972 por Gilberto Gil em seu disco "Expresso 2222"]

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Ritmos de brasilidade (Especial SAMBA)

Falar de Brasil e música e não falar de samba chega a ser uma heresia. Concordo que nem só de samba é feito o Brasil, mas que ele pulsa forte, ah isso pulsa! Por causa disso, esse ritmo merece um post especial.

Créditos para o site sua pesquisa:
Origens do Samba, Significado, História do Samba e Principais Sambistas

O samba surgiu da mistura de estilos musicais de origem africana e brasileira. O samba é tocado com instrumentos de percussão (tambores, surdos timbau) e acompanhados por violão e cavaquinho. Geralmente, as letras de sambas contam a vida e o cotidiano de quem mora nas cidades, com destaque para as populações pobres. O termo samba é de origem africana e tem seu significado ligado às danças típicas tribais do continente.

As raízes do samba foram fincadas em solo brasileiro na época do Brasil Colonial, com a chegada da mão-de-obra escrava em nosso país.
O primeiro samba gravado no Brasil foi Pelo Telefone, no ano de 1917, cantado por Bahiano. A letra deste samba foi escrita por Mauro de Almeida e Donga .
Tempos depois, o samba toma as ruas e espalha-se pelos carnavais do Brasil. Neste período, os principais sambistas são: Sinhô Ismael Silva e Heitor dos Prazeres .
Na década de 1930, as estações de rádio, em plena difusão pelo Brasil, passam a tocar os sambas para os lares. Os grandes sambistas e compositores desta época são: Noel Rosa autor de Conversa de Botequim; Cartola de As Rosas Não Falam; Dorival Caymmi de O Que É Que a Baiana Tem?; Ary Barroso, de Aquarela do Brasil; e Adoniran Barbosa, de Trem das Onze.
Na década de 1970 e 1980, começa a surgir uma nova geração de sambistas. Podemos destacar: Paulinho da Viola, Jorge Aragão, João Nogueira, Beth Carvalho, Elza Soares, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Chico Buarque, João Bosco e Aldir Blanc.
Outros importantes sambistas de todos os tempos: Pixinguinha, Ataulfo Alves, Carmen Miranda (sucesso no Brasil e nos EUA), Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho, Lupicínio Rodrigues, Aracy de Almeida, Demônios da Garoa, Isaura Garcia, Candeia, Elis Regina, Nelson Sargento, Clara Nunes, Wilson Moreira, Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim e Lamartine Babo.

Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo
Os tipos de samba mais conhecidos e que fazem mais sucesso são os da Bahia, do Rio de Janeiro e de São Paulo. O samba baiano é influenciado pelo lundu e maxixe, com letras simples, balanço rápido e ritmo repetitivo. A lambada, por exemplo, é neste estilo, pois tem origem no maxixe.
Já o samba de roda, surgido na Bahia no século XIX, apresenta elementos culturais afro-brasileiros. Com palmas e cantos, os dançarinos dançam dentro de uma roda. O som fica por conta de um conjunto musical, que utiliza viola, atabaque, berimbau, chocalho e pandeiro.
No Rio de Janeiro, o samba está ligado à vida nos morros, sendo que as letras falam da vida urbana, dos trabalhadores e das dificuldades da vida de uma forma amena e muitas vezes com humor.
Entre os paulistas, o samba ganha uma conotação de mistura de raças. Com influência italiana, as letras são mais elaboradas e o sotaque dos bairros de trabalhadores ganha espaço no estilo do samba de São Paulo.

Principais tipos de samba:

Samba-enredo
Surge no Rio de Janeiro durante a década de 1930. O tema está ligado ao assunto que a escola de samba escolhe para o ano do desfile. Geralmente segue temas sociais ou culturais. Ele que define toda a coreografia e cenografia utilizada no desfile da escola de samba.

Samba de partido alto
Com letras improvisadas, falam sobre a realidade dos morros e das regiões mais carentes. É o estilo dos grandes mestres do samba. Os compositores de partido alto mais conhecidos são: Moreira da Silva, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho.

Pagode
Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, nos anos 70 (década de 1970), e ganhou as rádios e pistas de dança na década seguinte. Tem um ritmo repetitivo e utiliza instrumentos de percussão e sons eletrônicos. Espalhou-se rapidamente pelo Brasil, graças às letras simples e românticas. Os principais grupos são : Fundo de Quintal, Negritude Jr., Só Pra Contrariar, Raça Negra, Katinguelê, Patrulha do Samba, Pique Novo, Travessos, Art Popular.

Samba-canção
Surge na década de 1920, com ritmos lentos e letras sentimentais e românticas. Exemplo: Ai, Ioiô (1929), de Luís Peixoto.

Samba carnavalesco
Marchinhas e Sambas feitas para dançar e cantar nos bailes carnavalescos. exemplos : Abre alas, Apaga a vela, Aurora, Balancê, Cabeleira do Zezé, Bandeira Branca, Chiquita Bacana, Colombina, Cidade Maravilhosa entre outras.

Samba-exaltação
Com letras patrióticas e ressaltando as maravilhas do Brasil, com acompanhamento de orquestra. Exemplo: Aquarela do Brasil, de Ary Barroso gravada em 1939 por Francisco Alves.

Samba de breque
Este estilo tem momentos de paradas rápidas, onde o cantor pode incluir comentários, muitos deles em tom crítico ou humorístico. Um dos mestres deste estilo é Moreira da Silva .

Samba de gafieira
Foi criado na década de 1940 e tem acompanhamento de orquestra. Rápido e muito forte na parte instrumental, é muito usado nas danças de salão.

Sambalanço
Surgiu nos anos 50 (década de 1950) em boates de São Paulo e Rio de Janeiro. Recebeu uma grande influência do jazz.. Um dos mais significativos representantes do sambalanço é Jorge Ben Jor, que mistura também elementos de outros estilos.

Dia Nacional do Samba
- Comemora-se em 2 de dezembro o Dia Nacional do Samba

Ritmos de brasilidade

Existe povo mais animado que o brasileiro?
Bom, eu não conheço o povo lá fora mais conheço o daqui e posso afirmar que o brasileiro é animado demais. Anfitriões acalorados, cheio de musicalidade... Não é à toa que os "gringos" que aqui chegam se encantam! E não é por menos que as nossas músicas acabam se inserindo na ideia de "país tropical" (tema que merece um post mais tarde).

E pra começo de conversa, vamos falar de ritmos e músicas:
Com os devidos créditos para o site UOL:

Ritmos do Brasil

Samba, frevo, maracatu, forró, baião, xaxado etc

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
Reprodução

Xilogravura de Jota Borges: um retrato do forró por um artista popular nordestino

"O Brasil é um absurdo/ Pode ser um absurdo/ Até aí tudo bem/ Nada mal/ O Brasil é um absurdo/ Mas ele não é surdo/ O Brasil tem um ouvido musical/ Que não é normal..." Com estes versos irônicos, o compositor baiano Caetano Veloso faz um elogio à musicalidade da cultura brasileira.

De fato, o país é muito rico em ritmos musicais, que aqui se originaram e se tornaram conhecidos internacionalmente. O samba, por exemplo, juntamente com o futebol, é uma das expressões mais conhecidas do Brasil no exterior. Mas o samba é somente um de nossos típicos ritmos musicais, que ainda incluem o frevo, o maracatu , o baião... Vamos conhecer a seguir alguns desses ritmos.

Frevo

Vale transcrever a definição que Câmara Cascudo dá a essa dança de rua e de salão: "é a grande alucinação do carnaval pernambucano. Trata-se de uma marcha de ritmo sincopado, obsedante, violento e frenético, que é a sua característica principal. E a multidão ondulando, nos meneios da dança, fica a ferver. E foi dessa idéia de fervura (o povo pronuncia 'frevura', 'frever', etc.), que se criou o nome de 'frevo'." A coreografia é improvisada e quase acrobática, executada originalmente com roupas coloridas e uma sombrinha. Não se pode deixar de mencionar que, a partir da década de 1970, o frevo ganhou espaço também no carnaval baiano: Caetano Veloso e Gilberto Gil compuseram diversos frevos, a serem executados em trios elétricos.

Maracatu

Tem origem negra e religiosa. Grupos de negros acompanhavam os reis do Congo, eleitos pelos escravos, que eram coroados nas igrejas, em que depois faziam um batuque em homenagem à padroeira ou, em especial, a Nossa Senhora do Rosário, padroeira dos homens negros. A tradição religiosa se perdeu e o grupo convergiu para o carnaval, mas conservou elementos próprios, diferentes dos de outros cordões ou blocos carnavalescos. À frente do grupo vão rei e rainha, príncipes, embaixadores, dançarinas e indígenas. Não há enredo. Simplesmente se desfila ao ritmo dos tambores. O ritmo surgiu em Pernambuco, mas também se encontra em outros estados do Nordeste.

Forró

O nome forró deriva de forrobodó, "divertimento pagodeiro", segundo o folclorista Câmara Cascudo. O forró era em sua origem um baile animado por vários gêneros musicais, como o baião, o xote, e o xaxado. Nesse sentido, também era conhecido como "arrasta-pé" ou "bate-chinela". O forró, hoje, é praticamente um gênero musical que engloba os ritmos acima mencionados. Sua origem é o sertão nordestino e os instrumentos musicais utilizados são basicamente a sanfona ou acordeão, o triângulo e a zabumba.

Alguns estudiosos atribuem a origem da palavra forró à pronúncia abrasileirada dos bailes "for all" (para todos), que, no começo do século, os engenheiros ingleses da estrada de ferro Great Western, promoviam para os operários em Pernambuco, na Paraíba e em Alagoas.

Baião, xote e xaxado

O baião, segundo o folclorista Câmara Cascudo, associa os termos "baiano" e "rojão", pequenos trechos musicais executados por viola, no intervalo dos desafios entre os cantadores de improviso. Mas o gênero consagrou-se e ganhou novas características quando o sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga popularizou-o através do rádio em todo o Brasil. É este o ritmo que predomina hoje nos forrós.

O xote é um ritmo mais lento, para se dançar a dois, de origem alemã, mas que se radicou no Nordeste e mistura os passos de valsa e de polca. Quanto ao xaxado, originalmente, era uma dança exclusivamente masculina, executada pelos cangaceiros, sem acompanhamento instrumental para o canto, com o ritmo marcado pela coronha dos rifles, batidos no chão. O nome xaxado deve ser uma onomatopéia do xá-xá-xá que faziam as alpercatas de couro ao se arrastarem no chão. A dança, difundida por Lampião e seu bando, dispensava a presença feminina. Segundo Luiz Gonzaga, "nessa dança, a dama é o rifle".

Coco, lundu e maxixe

Outra dança tradicional do Nordeste e do Norte, o coco, tem origem incerta: alguns dizem que veio da África com os escravos, e há quem defenda ser ela o resultado do encontro entre as culturas negra e índia. Apesar de freqüente no litoral, o coco teria surgido no Quilombo dos Palmares, a partir do ritmo em que os cocos eram quebrados para a retirada da amêndoa. A sua forma musical é cantada, com acompanhamento de um ganzá ou pandeiro e da batida dos pés. Também conhecido como samba, pagode ou zambê, o coco originalmente se dá em uma roda de dançadores e tocadores, que giram e batem palmas.

Já o lundu foi o primeiro gênero afro-brasileiro de canção popular. Originalmente era uma dança sensual praticada por negros e mulatos em rodas de batuque, fixando-se como canção apenas no final do século 18. Posteriormente, no século 19, com harmonização erudita, chegou aos salões das elites cariocas. Contudo, o ritmo desapareceu no início do século 20, ou melhor, misturou-se ao tango e à polca e deu origem ao maxixe. Este apareceu entre 1870 e 1880, como dança, e tornou-se gênero musical por volta de 1902.

Apesar de o tambor e os instrumentos de percussão, em geral, serem bem conhecidos dos portugueses, foram os africanos que introduziram no país a maior variedade que deles existe hoje, além das danças que têm na percussão a sua essência, caso do Tambor-de-crioulo. Este compõe-se de uma série de cantos e dança, ao som de triângulo, cabaça e tambores.

Além do folclore

Se os ritmos anteriormente mencionados, por sua origem popular, rural e localizada em determinadas regiões, têm caráter explicitamente folclórico, talvez não se possa dizer o mesmo de um ritmo como o chorinho. O Chorinho surge no Rio de Janeiro, então capital federal, e deriva de uma interpretação da polca. Tornou-se popular, junto com as modinhas, por volta de 1870, com conjuntos que acompanhavam serenatas com violão, cavaquinho e flauta. É cultivado até os dias de hoje, tanto que em São Paulo e no Rio de Janeiro há casas noturnas especializadas em chorinhos ou que oferecem alguma noite da semana especificamente a este gênero.

O samba deriva de diversos ritmos africanos e seu nome vem da palavra "semba", que quer dizer "umbigada", ou dança de roda onde os participantes se tocam pela barriga. Ao longo do século 20, o samba evoluiu e ganhou várias formas, como o samba-canção, o samba de breque, o samba enredo e, mais recentemente, o pagode. Como se disse antes, o samba tornou-se um símbolo do Brasil e sua maior expressão se dá no carnaval, em especial do Rio de Janeiro e, mais recentemente, também em São Paulo.

A bossa nova também não pode deixar de ser mencionada entre os ritmos brasileiros, inclusive por seu prestígio internacional. Bossa nova foi o nome dado a um movimento musical lançado no Rio de Janeiro no fim dos anos 1950, por cantores e compositores de classe média. Suas características mais marcantes foram dadas por João Gilberto que integrava melodia, harmonia e ritmo e uma maneira mais intimista de cantar. As letras extraíam seu lirismo do cotidiano. Além do já citado João Gilberto, teve como seus maiores expoentes Tom Jobim e Vinícius de Moraes.